No ano de 2023, tem vindo a ser um ano de grandes desafios para o mundo em global, e o setor imobiliário, como em muitas outras áreas da sociedade, têm de se adaptar às mudanças e incertezas dos dias atuais.
Desde 2022, com o aumento da inflação e das taxas de juro, tem-se verificado para as famílias um aumento geral dos custos, nomeadamente no crédito habitação, outros créditos, alimentação, combustíveis, energia, etc.
Estas mudanças macroeconómicas têm tido impacto no mercado imobiliário, na medida em que o acesso ao crédito passou a ser mais caro e restrito, e a compra de casa a ter condições mais exigentes, nomeadamente para as famílias que recorrem ao crédito imobiliário.
Por outro lado a inflação tem tido um grande impacto no aumento dos preços da construção, que conjugado com a pouca oferta de imóveis no mercado de compra e venda, ajudam a perceber a manutenção em alta dos preços dos imóveis.
Ainda a nível bancário, verifica-se que as taxas de juros pagas pelos bancos, não é acompanhada pelas taxas de juros pagas pelos clientes aos bancos. Ou seja, ter dinheiro a prazo nos bancos rende pouco e existem outras alternativas de aplicação mais rentáveis e que vale a pena considerar.
Mas quando olhamos para o mercado imobiliário como um todo, verificamos desafios e dificuldades, mas também oportunidades e perspectivas, e quem tiver a visão e as condições poderá beneficiar e muito do momento.
Conforme falado acima, um dos desafios para os próximos anos do mercado imobiliário Português é a necessidade de casas, nomeadamente para a classe média. Abrindo-se uma janela de oportunidade para uma aposta e investimento no Build to Rent.
O ano da adaptação
Ainda voltando ao ano que está a correr, o que se verifica, é uma adaptação do mercado imobiliário às condições gerais que o envolvem.
Transações mais lentas, em alguns casos verificam-se revisões de preço, e um arrefecimento no número de compradores e vendedores.
É um mercado mais virado para a renegociação ou consolidação de crédito do que para créditos novos.
Também é um mercado desafiante para os investidores, que procuram visualizar e compreender as tendências, para poderem investir os seus ativos financeiros e, poderem tirar o máximo de rentabilidade.
Comprar casa ou arrendar, qual a melhor solução?
Com a subida de juros verificada no último ano, muitas pessoas, ou famílias questionam-se de qual é a melhor solução para elas: comprar ou arrendar uma casa.
Esta é uma boa questão, que pode ter várias respostas. É normal que face às taxas de juros altas, exista uma tendência de afastar as pessoas da compra de habitação própria permanente. Mas não nos podemos esquecer que o mercado de arrendamento em Portugal, apresenta uma forte escassez de oferta de imóveis, e rendas muito elevadas.
Assim é importante olhar para a compra de uma casa de habitação própria permanente, como um investimento de médio longo prazo, onde se verifica a tendência de valorização comparativa imune aos ciclos macro-económicos positivos e negativos. Além da valorização é importante considerar o valor investido como património acumulado, ou ativo próprio.
Quanto ao arrendamento, embora o mercado verifique rendas muito elevadas, face à pouca oferta disponível não é previsível uma quebra dos preços pelo menos a curto prazo.
Se a opção for vender, este pode ser o momento certo, na medida em que o mercado ainda está com preços em alta. As motivações da venda é que podem ser variadas e em função disso analisar o momento da decisão: Vender para criar mais valias ou resolver questões de dificuldades financeiras, parece ser uma boa solução. Se for para trocar casa com necessidade de pedir novo crédito habitação, é aconselhável avaliar muito bem todos os custos e taxas de esforço financeiro.
Os preços das casas
Tem-se verificado nos dados oficiais uma desaceleração no número de avaliações bancárias e transações de casas, no entanto esta evolução do mercado ainda não se reflete nos preços. E esta situação acontece pela pouca oferta de casas disponíveis no mercado de venda e a tendência do mercado Português de lenta reação a estímulos externos.
É possível que se verifique um ligeiro aumento de casas no mercado em resultado da incapacidade de muitas famílias não conseguirem cumprir os seus pagamento da prestação da casa e as obrigue a vender, mas não é liquido que esta eventual tendência possa afetar os preços das casas, pelo menos a curto prazo.
Investimento estrangeiro em Portugal
Portugal é um país com imensas qualidades para se viver e muitas pessoas de outros países, estão a ter esse conhecimento e estão interessadas em viver ou comprar casa cá.
Segurança, clima, estilo e custo de vida ou estabilidade, são alguns dos benefícios que um estrangeiro pode encontrar em Portugal.
É uma realidade que, nos últimos tempos têm existido uma série de controversas decisões políticas, com impacto no mercado imobiliário, nos investidores e na necessária confiança que deve orientar o mercado, no entanto este continua a ser um país cada vez mais procurado por estrangeiros e, que querem investir no imobiliário.
Para os investidores, um dos mercados provavelmente mais atrativos nos próximos anos para investir em Portugal, será o Buil-to-Rent (BtR). Com o investimento em imóveis usados, restaurados e colocados no mercado de arrendamento, ou construídos de raiz para esse efeito, consegue-se uma boa rentabilidade, mantendo um ativo patrimonial, que tendencialmente a se valorizar.
Olhar positivo
Como em tudo na vida, o olhar positivo pode fazer toda a diferença. Estamos a verificar uma mudança cada vez mais acelerada no mundo que nos rodeia e, a recolha da máxima informação e a tomada de decisões feita de forma planeada e ponderada, irá ajudar na adaptação aos novos desafios.